Juventude brasileira enfrenta altos índices de desemprego e informalidade, diz OIT
O mercado de trabalho para os jovens brasileiros é marcado por altos índices de informalidade e de desemprego, de acordo com estudo divulgado hoje (1º) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Paula Laboissière
O mercado de trabalho para os jovens brasileiros é marcado por altos índices de  informalidade e de desemprego, de acordo com estudo divulgado hoje (1º) pela  Organização Internacional do Trabalho (OIT). De acordo com o relatório  Trabalho decente e juventude no Brasil, 67,5% dos jovens entre 15 e 24  anos estavam desempregados ou na informalidade em 2006.
Os dados – que  têm como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 1992-2006 –  apontam que o déficit era maior entre as mulheres jovens (70,1%) do que entre os  homens jovens (65,6%). O índice também era mais acentuado entre jovens negros  (74,7%) do que para jovens brancos (59,6%).
As jovens mulheres negras,  portanto, viviam o que a OIT considera “situação de dupla discriminação” – de  gênero e de raça. O desemprego e a informalidade alcançavam 77,9% das pessoas  que pertenciam ao grupo.
Para a diretora do escritório da OIT no Brasil,  Laís Abramo, os números podem se agravar ainda mais diante da crise financeira e  econômica. Ela lembrou que o Brasil vive, atualmente, um processo de geração de  empregos formais, mas em ritmo muito inferior ao que vinha sendo registrado nos  últimos anos.
Segundo ela, os avanços na agenda de emprego para a  juventude foram importantes, mas as desigualdades regionais, de gênero e de raça  permanecem. Laís acredita que o desafio consiste não apenas em elevar os graus  de escolaridade no país ,mas em melhorar a qualidade da educação.
A  pesquisa indica que 7% dos jovens brancos tinham baixa escolaridade e que o  número mais do que dobrava (16%) quando o recorte era para jovens negros. Em  relação à jornada de trabalho praticada pelos 22 milhões de jovens  economicamente ativos, 30% trabalhavam mais de 20 horas semanais, o que, em  muitos casos, prejudicava o desempenho escolar.
“Há uma espécie de  círculo vicioso: o jovem não entra no mercado porque não tem experiência, mas  para ter experiência ele precisa estar dentro do mercado. Medidas de  aprendizagem, por exemplo, são importantes para romper essa barreira de  entrada”, avaliou Laís.
O relatório destaca como maior desafio integrar  programas de caráter emergencial às políticas estruturantes, levando-se em  consideração a faixa etária, a escolaridade, o território e as expectativas de  cada público.
 
                                