Dólar inicia o mês em queda e fecha a R$ 1,929
Recuo no 2º tri foi o maior desde 1999; Bolsa sobe 0,15%
FABRICIO VIEIRA
O dólar iniciou julho com expressiva depreciação de 1,78%, o que levou a moeda a  R$ 1,929, uma das menores cotações de 2009. No ano, a perda de valor do dólar  chega a 17,35%.
No mês passado, a moeda acumulou baixa moderada, de 0,30%.  Mesmo assim, o dólar registrou entre abril e junho a mais forte desvalorização  trimestral em relação ao real desde 1999, quando foi adotado o sistema de câmbio  flutuante no país, segundo levantamento da consultoria Economática.
Entre  abril e junho, a cotação da moeda estrangeira teve queda de 15,70%. O estudo  considerou a taxa Ptax (média do dólar medida pelo BC).
O movimento do  mercado de câmbio doméstico acompanhou o cenário internacional. Ontem, o dólar  se depreciou diante das principais divisas. Em relação ao euro, a moeda dos EUA  perdeu 0,98%. Diante da libra, a queda foi de 1,6%.
Se o dólar não ganhar  força nos próximos dias, é provável que a próxima pesquisa Focus, feita  semanalmente com o BC junto a cem instituições financeiras, mostre uma previsão  mais branda para a cotação da moeda americana no fim do ano. A pesquisa mais  recente apontou que o mercado conta com dólar a R$ 2 em dezembro.
Em  entrevista à Bloomberg, Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC, afirmou que  o dólar pode chegar a R$ 1,80 até o fim do ano. "A capacidade da economia  brasileira de se recuperar mais rapidamente vai dar suporte para o real",  disse.
No começo de março, embalado pela crise internacional, o dólar chegou  a superar os R$ 2,44. Apenas nos últimos dias de maio a moeda voltaria a ser  negociada abaixo dos R$ 2.
O Banco Central divulgou ontem que, até o dia 26,  o fluxo mensal de capital externo para o Brasil estava negativo em US$ 1,227  bilhão.
O resultado acumulado no ano, porém, continua positivo em US$ 363  milhões.
Em abril e maio, a entrada líquida de divisas no país somou US$  4,564 bilhões.
A saída de recursos externos da Bolsa de Valores ajuda a  explicar o resultado negativo do fluxo cambial. No mês passado, até o dia 26, o  saldo das operações realizadas pelos estrangeiros na Bolsa estava negativo em R$  2,14 bilhões. A cifra faz de junho o pior mês desde outubro de 2008, quando a  crise internacional estava no auge.
Em dia de divulgação de importantes  indicadores econômicos nos EUA, as Bolsas de Valores registraram alta.
O dia  começou com os investidores mais animados. A Bovespa bateu na máxima em 52.382  pontos, com ganhos de 1,78%. Mas perdeu fôlego em sintonia com o enfraquecimento  do mercado acionário americano e das ações da Petrobras. O principal índice  acionário da Bolsa brasileira fechou com leve alta de 0,15%, aos 51.543 pontos.  Em Wall Street, o índice Dow Jones subiu 0,58%.
Entre os dados conhecidos  ontem, houve a divulgação do fechamento de 473 mil postos de trabalho em junho  no setor privado americano (leia texto na pág. B4). O mercado esperava que o  número ficasse em 400 mil postos. Também saiu o resultado dos gastos com  construção nos EUA, que caíram 0,9% em maio.
No pregão da Bovespa, entre as  maiores quedas, que influenciaram no resultado final do dia, apareceram as ações  da Petrobras, com perdas de 2,56% (ON) e 2% (PN).
A ação da VisaNet, que  estreou no pregão de segunda, se manteve como a mais negociada -movimentou R$  734,3 milhões, ou 13,8% do total. O papel fechou em alta de 5,8%, cotado a R$  17,83.
 
                                