Pior da crise já passou; juros e spread têm que cair, diz Lula
Ele quer maior oferta de crédito à população.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que o pior da  crise financeira global já passou para o Brasil, pois a retração da economia no  primeiro trimestre do ano foi menor do que a esperada, mas disse que os bancos  públicos e privados terão de baixar os juros a fim de aumentar a oferta de  crédito à população. 
"Eu espero que  agora os empresários estejam conscientes de que os trabalhadores brasileiros, os  consumidores brasileiros seguraram a economia brasileira. Os investimentos do  Estado e o consumo da população é que não permitiram que o Brasil tivesse um  efeito mais danoso na queda do seu PIB", acrescentou. 
"O Brasil vai dar  lições a muita gente de como se enfrenta uma crise econômica", acrescentou,  dizendo que a economia do país está arrumada. 
Sobre a redução  da taxa básica de juros para 9,25 por cento ao ano, promovida pelo Banco Central  na semana passada, Lula disse que a queda da Selic para um patamar inferior a  dois dígitos pela primeira vez na história demonstra a "seriedade" da política  monetária do governo. 
"Isso é  importante porque, obrigatoriamente, os bancos privados e bancos públicos vão  ter que reduzir as taxas de juros para que a gente possa facilitar o crédito  para a população", destacou o presidente. 
"Mas não basta  taxa Selic cair (...) é importante que o spread bancário diminua no Brasil. O  spread ainda está muito alto, o spread ainda está seletivo, e nós vamos manter  todo o esforço para controlar a inflação." 
Agenda  internacional 
O presidente  também comentou a agenda de sua viagem internacional, iniciada no fim de semana  passado. Na Suíça, Lula defenderá a participação da Organização Internacional do  Trabalho (OIT) nas discussões do G20. 
"Lá você tem FMI  (Fundo Monetário Internacional), você tem Banco Mundial e é importante, então,  que você tenha a OIT, que representa os interesses dos trabalhadores do mundo  inteiro", argumentou. "Nós temos que estar mais preocupados, todos os líderes,  em garantir emprego para o povo, que é isso que conta no crescimento da  economia." 
Na Rússia, na  terça-feira, Lula terá uma reunião com líderes do grupo de países emergentes  conhecido como BRICs --Brasil, Rússia, Índia e China. O presidente quer que o  grupo atue de maneira conjunta em fóruns multilaterais, uma vez que esses países  representam grande parte da população e do consumo mundial.  
"Nós queremos nos  colocar de acordo sobre temas importantes, sobretudo com o G20, para que a gente  faça prevalecer a política adotada nos nossos países, anticíclicas, que tão bem  estão enfrentando a questão da crise", afirmou. 
Lula irá ainda ao  Cazaquistão, na quarta-feira, e retorna ao Brasil no dia seguinte.  
 
                                